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10 passos para mudar de hábitos

Hábitos são atitudes e reações que se repetem quando nossos gatilhos emocionais são ativados. Uma reação isolada não pode ser chamada de hábito. Mudar um hábito exige esforço e atenção plena. É por isso que mudar hábitos antigos é tão difícil. É necessário ter um propósito claro que o motive a fazer as transformações, no ambiente e nas estratégias de ação.

Sugerimos 10 passos práticos, a partir de diferentes autores em liderança, inteligência emocional, gestão estratégica e o caminho óctuplo do budismo: o método D.E.S.P.E.R.T.A.R.E.

  1. Desperte: é o momento em que você deverá mapear o seu Estado Ideal. Cabe utilizar o mapa de empatia para compreender quem é esse gestor idealizado por você, para você. No processo, determine o propósito dessa mudança. Identifique: o que pensa e sente, o que vê, o que fala e faz, o que escuta, quais são as dores, quais são os ganhos e desejos, e os objetivos/propósitos.
  2. Entenda a realidade: o seu Estado Atual. Utilize novamente o mapa de empatia. Nessa etapa, podem surgir ilusões ou argumentos para validar seus hábitos. Mesmo os que mais desejamos mudar e que geram impactos negativos, serão justificados por você. Colocar no papel lhe dará uma primeira dimensão crítica da realidade. Cuidado para não intensificar ou desmerecer alguns aspectos.
  3. Saiba desaprender/desapegar: É importante confrontar sua percepção com os dados e fatos. Tenha Atenção Plena e Escuta Ativa. O ideal é observar seu cotidiano por algumas semanas. Tente registrar indicando: situação, hora, local, o que aconteceu, como você reagiu, quem estava presente, o seu grau de satisfação, o quanto a tarefa foi executada e uma observação sobre como se sentiu (não racionalize, identifique as emoções envolvidas). Você só poderá mudar aquilo que for capaz de entender. Desaprender é um processo de desapego a “verdades/pensamentos” e a “sensações/emoções”.
  4. Ponha em perspectiva: o olhar de fora. Mapeie as percepções das pessoas próximas. Liste o(s) hábito(s) que acredita ter (os bons e os que deseja melhorar). Peça a pessoas próximas para avaliarem se você tem tal hábito, justificando com dados e fatos. Os exemplos concretos lhe ajudarão a entender. O segundo é avaliar o impacto de seu comportamento nos outros.
  5. Elenque e eleja alternativas: Para trocar de hábito, você precisará listar alternativas de ação para as situações nas quais o hábito é usado. Seja criativo e liste o maior número possível de alternativas. Escolha uma delas e aja.
  6. Repita ou rejeite: Após usar a nova estratégia (hábito em construção), avalie o resultado interno (como se sentiu) e externo (impacto). Se lhe aproximar do Estado Ideal, repita. Se lhe afastar, rejeite e use uma nova estratégia.
  7. Troque um hábito arraigado por um novo: A mudança depende de uma decisão consciente. Escolher o novo pode lhe dar receio, mas permita-se. Só você pode fazer isso por você. Tenha em mente o propósito, como se sentiu ao agir da nova forma e o impacto positivo.
  8. Avalie os resultados: Todo hábito vive do reforço positivo e precisa de repetição para ser naturalizado e incorporado. O esforço emocional da mudança precisa ser equilibrado pelo alimento do resultado positivo. Monitore os novos impactos do hábito adotado. O ideal é mudar um hábito por vez. A realidade ao seu redor será ajustada ao novo líder em construção.
  9. Repita os passos para outro hábito: Mesmo que todo o restante esteja indo bem, passe pelo filtro da mudança de hábito para verificar se pode ficar ainda melhor.
  10. Espalhe seu hábito em seu ambiente de trabalho: Trabalhar em um ambiente em que outras pessoas agem como você, que têm hábitos positivos, potencializa e acelera as mudanças. Poderíamos dizer que existe uma “Lei da Atração do Hábito”. Um novo hábito estimula outro. Uma pessoa com um hábito positivo, estimula outras.

Somos os nossos hábitos. Não basta ter bons pensamentos. A ação concreta, cotidiana é fundamental. Considerando que mudanças geram desgastes emocionais e relacionais antes de trazerem os resultados positivos, tenha resiliência, mas seja autocrítico para evitar conflitos desnecessários ou a mudança pela mudança. A escuta ativa, a atenção plena, a empatia e o autoconhecimento são a chave desse processo. Mude. Se permita ser um gestor melhor.

* Eduardo Murad é Doutor em Comunicação, consultor de comunicação e marketing e professor da UFF e da UERJ.