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Petrobras protagoniza a comunicação

Diferentemente do que aconteceu com a crise da Samarco, citada na edição nº 1 da Revista da Reputação, a Petrobras conseguiu ser a protagonista da comunicação de suas mudanças de governança, após patinar na fase de denúncias. Série de vídeos com as FAQ ajuda no processo de elucidar os temas sensíveis, personalizando as respostas e aproximando-se da população.

As ações que a Petrobras vem adotando para reconquistar a confiança dos stakeholders são variadas e quem desejar aprofundar-se neste assunto, pode acessar o hotsite criado pela companhia para prestar esclarecimentos à população. O endereço é http://lavajato.hotsitespetrobras.com.br/.

Entre as ações, destaca-se o bloqueio cautelar de empresas pertencentes a grupos associados a cartel nos depoimentos. Essas empresas ficam impedidas de participar das licitações e de contratar com a Petrobras. Mas o bloqueio cautelar não implica paralisação ou rescisão de contratos vigentes, nem a suspensão de pagamentos devidos por serviços prestados.

O site também cita que medidas disciplinares estão sendo tomadas por desvios de conduta como assédio, dano ao patrimônio, fraude, furto, negligência e uso indevido de recursos que resultaram em demissões, suspensões e advertências escritas.

A Petrobras também afirma estar cobrando o ressarcimento dos danos causados à Companhia, inclusive de imagem. Foram recuperados R$ 205 milhões por meio dos acordos de colaboração premiada e a empresa continuará buscando o ressarcimento integral dos valores por meio das diversas medidas judiciais cabíveis.

Todas estas ações estão corretas, são enérgicas e estão comunicadas pelo site de forma direta e objetiva. A comunicação é relativamente contextualizada – em alguns casos poderia haver mais detalhamento, como por exemplo, quando João Elek responde à pergunta sobre que medidas a Petrobras está tomando para evitar novos desvios. Ele fala que uma pessoa sozinha não pode mais contratar serviços de valores expressivos, mas não contextualiza o que a empresa considera um valor expressivo ou quais tipos de serviços continuam sendo contratados isoladamente. De todo modo, a falta de detalhamento não chega a comprometer o resultado final do vídeo.

Apesar de não ser inovadora e corajosa como foi a criação do blog “fatos & dados”, em 2009, em resposta à CPI da Petrobras, a divulgação de respostas às demandas da população sob o guarda-chuva da #daquiprafrente foi uma ação eficiente. Os vídeos no estilo “portas abertas” funcionam porque aproximam a empresa das pessoas, têm linguagem coloquial e o conteúdo não é floreado. Além dos vídeos, há perguntas respondidas apenas em texto, na mesma linha editorial dos vídeos. Não há imagens associadas a greenwashing ou socialwashing e os porta-vozes dos vídeos são as pessoas responsáveis pelas ações, o que reforça a confiança.

Porém, o fato mais importante a destacar é que ao assumir a responsabilidade de esclarecer a população o que vem sendo feito, a Petrobras protagoniza o processo de informação, deixando a mídia com o papel de vigilância das informações prestadas e não no papel de pautar o noticiário sobre a empresa.