Reputação Brasil debateu novas narrativas para o país
Na quarta-feira 25/10/2017, o evento “Reputação Brasil >> Caminhos para o Amanhã” reuniu, no Museu do Amanhã, 24 palestrantes / debatedores na programação e uma plateia de cerca de 150 pessoas ao longo de um dia com seis painéis.
Entre os debatedores, um dos fundadores do Reputation Institute, o holandês Cees Van Riel, o pioneiro nos estudos sobre confiança no Brasil, Marco Túlio Zanini, o responsável pelos estudos de competitividade brasileira que são enviados para o Fórum Econômico Mundial, Carlos Arruda, a professora da FGV e consultora em ativos intangíveis Carmen Migueles, o empresário Ingo Plöger, as jornalistas Marta Porto (consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento e diretora da Juntos – Comunicação por Causas) e Isabel Clavelin (assessora de comunicação da Onu Mulheres, além de Fred Gelli, criador das logomarcas Rio 2016, de Ricardo Voltolini, criador da Plataforma Liderança Sustentável e tantos outros e outras de igual importância para o país.
A conclusão foi de que precisamos melhorar a nossa autoestima. E trabalhar pela legitimidade de novas narrativas para o país. A retomada da confiança passa por um pacto social pautado em ética e no engajamento social e de lideranças de todos os setores em prol da mudança de mindset de “farinha pouca, meu pirão primeiro”. O mundo nos vê de forma melhor do que nos percebemos. Precisamos explorar melhor as nossas vantagens competitivas em narrativas de país para além do samba, do carnaval e da corrupção. Estamos punindo os corruptos e tendo a chance de mudar padrões até então vigentes no país. É hora de pensarmos o que queremos para o Brasil do futuro. E agir. Porque o Brasil do Amanhã já começou. O hoje é o tempo de ação.
Temos como possibilidades de narrativas a nossa criatividade, o nosso borogodó, a habilidade de fazer mais por menos, a diversidade. A saturação de padrões de apadrinhamentos, privilégios e corrupção da velha política e da velha elite empresarial também constitui uma narrativa para reconstrução do país. O Brasil se modernizou e não suporta mais a naturalização da corrupção. A renovação dos quadros políticos é uma narrativa necessária e urgente para virarmos a página.
Outra possível narrativa deriva do posicionamento comparado a países com as mesmas características do Brasil: grande território, grande população, economia pautada em commodities etc em vez de comparações com países sem distinção para evitar comparações injustas. Somos o país de melhor reputação dos BRICs. E embora tenhamos perdido espaço para Peru, Chile e Argentina nos rankings de reputação, ainda somos vistos como o grande protagonista da América Latina.
Podemos também ter como narrativas inovação e sustentabilidade, se passarmos a tratar a sustentabilidade realmente como prioritária para a Nação e se as intenções de inovação vistas no último relatório de competitividade se concretizarem. Temos uma indústria de audiovisual com força no mundo e aberta a múltiplas narrativas de país, não a desperdicemos. Temos empresas conscientes de que não há licença social ou econômica para que existam sem governança e compliance. E temos toda uma nova geração de empreendedores que pautam os seus negócios em propósito, colaboração, engajamento e geração de valor compartilhado. O que nos falta é abandonar o complexo de vira-lata e manter a perspectiva de que construímos diariamente e em conjunto a reputação do país.
Muito mais que fronteiras geográficas, o Brasil somos todos nós, os brasileiros.
O seminário “Reputação Brasil >> Caminhos para o Amanhã” foi uma realização da Revista da Reputação, editada pela Makemake, a Casa da Reputação no Brasil, com parceria de realização do Museu do Amanhã e IGD, Symbállein e IPDES e apoio institucional de Reputation Institute, Approach, Aberje, Textual, Ideia Sustentável, Ibram, Abrasca, FGV-EBAPE, Conselho Empresarial da América Latina, APIMEC, Plurale, Além das Palavras, Edelman Significa e Copacabana Palace.